A Copa do Mundo no Catar tem dado o que falar, e queremos aproveitar este evento internacional para trazer aos holofotes temáticas sobre as Migrações, o Esporte e a Copa do Mundo. Hoje, queremos apresentar a vocês alguns jogadores refugiados que estarão competindo e participando desta Copa do Mundo.

Estes jogadores são estrelas do futebol, e estarão jogando no mundial tanto pelos seus países de origem quanto pelos países que o acolheram em suas jornadas como pessoas em situação de refúgio. São histórias inspiradoras, e vale muito a pena acompanharmos! Estamos orgulhosos em celebrar a vida de cada um destes jogadores, suas trajetórias e lutas.

1- Eduardo Camavinga (FRANÇA)

Eduardo Camavinga, estrela do futebol francês, faz a sua primeira estreia na Copa do Mundo do Catar. Foto: The Standart

O jogador nasceu em um campo de refugiados na Angola em 2003. Como uma criança refugiada, Camavinga não teve uma infância fácil. Influenciado pelo seu pai, com apenas 7 anos de idade, ele começou a participar de aulas de futebol e a competir em pequenos campeonatos pela região. Aos 11 anos, a casa da sua família pegou fogo e perderem tudo o que tinham. O futebol era uma válvula de escape e o ajudou a superar as adversidades. Agora com apenas 18 anos, contratado pela Real Madrid, Camavinga vai fazer a sua estreia na Copa do Mundo jogando pela França.

2- Thomas Deng, Awer Mabil and Garang Kuol (AUSTRÁLIA)

Refugiados africanos, Deng, Mabil e Kuol jogam no time da Austrália na Copa do Mundo do Catar. Foto: Oluwashina Okeleji.

Os três jogadores nasceram em campos para refugiados no Sudão do Sul, o trio viajou por um caminho excepcionalmente difícil até chegarem ao maior palco do futebol no mundo. Como refugiados africanos na Austrália, os jogadores arriscaram as suas vidas e a juventude em busca de segurança para si e para as suas famílias. Hoje, o trio é um exemplo inspirador para crianças migrantes na Austrália, que enfrentam um sistema migratório extremamente rígido e discriminatório. A partir destes três jogadores, as crianças refugiadas podem ousar em sonhar e a acreditar que os sonhos se realizam, quando se há muito esforço e dedicação.

3- Miloš Degenek (AUSTRÁLIA)

Jogador refugiado, Milos Degenek, joga no tima da Austrália na Copa do Mundo do Catar. Foto: ABC

O jogador até os dias de hoje ainda consegue ouvir o barulho das sirenes na sua mente. Com apenas 6 anos de idade, Degenek passou a conviver com os horrores da guerra, pois o jogador foi uma das 300.000 pessoas que fugiram de suas casas durante a Guerra do Kosovo na década de 1990. Ele e a sua família atravessaram a fronteira dirigindo um trator com nada além de leite, pão e duas malas. Quando Degenek se refugiou na Austrália, o futebol foi uma forma de se reconectar com sua comunidade dispersa e desenvolver um senso de pertencimento e identidade. Nesta Copa do Mundo, o jogador está ansioso para jogar representando a Austrália.

4- Alphonso Davies (CANADÁ)

Alphonso Davies, jogador refugiado joga no time do Canadá na Copa do Mundo do Catar. Foto: Markus Ulmer.

Uma criança nascida em um campo de refugiados provavelmente não imaginaria que seria possível um dia ir para a Copa do Mundo. A estrela do Bayern de Munique nasceu em um campo de refugiados em Gana, anos depois que seus pais fugiram da Libéria devido à guerra civil de 1999 a 2003. Sua família se mudou para o Canadá quando Davies tinha apenas quatro anos. Hoje, o jogador é a principal revelação e esperança de gols para a seleção do Canadá. Davies pode atuar tanto na lateral como na ponta-esquerda, e jogando pela seleção canadense, foram já marcados 12 gols em 34 jogos.

5-Luka Modric (CROÁCIA)

Luka Modric, jogador e refugiado, joga a sua última Copa do Mundo no Catar. Foto: Sagres Online

Eleito o melhor jogador do mundo em 2018, Luka Modric teve uma infância difícil para conseguir chegar até o topo do futebol mundial. Nascido na Croácia, Luka teve que se deslocar forçadamente durante a Guerra da Independência do seu país. Enquanto os seus pais trabalhavam em uma fábrica, Luka ficou sob os cuidados do seu avô e por muitos anos, ele a sua família, moraram em um hotel e passaram por dificuldades financeiras. As primeiras caneleiras de Modric tinham o rosto de Ronaldo Fenômeno, jogador do Brasil. O bom desempenho levou o jogador até o Real Madrid. Luka Modric disputará no Catar a sua última Copa do Mundo pela Croácia, como capitão do time.

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*Texto escrito por Camila Santos Barros Moura, fundadora da comunidade virtual Migrações em Debate.

Foto da Capa: Keepup

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