“O Brasil, em seu pluralismo étnico e cultural, apresenta-se como consequência da imigração de sujeitos de diferentes partes do mundo para formação nacional. Sendo o ato migratório o catalizador inicial da nação brasileira que se conhece hoje, é pertinente indagar os impactos que a perpetuação desta ação, tal qual se apresenta nos tempos hodiernos, produzem no âmbito nacional. Sendo assim, o texto seguinte visa a análise crítica das tendências migratórias brasileiras em seu aspecto externo, na qual se pretende alinhar os aspectos sociológicos e os desafios econômicos que causam o presente saldo negativo da balança migratória nacional.

A afirmativa supracitada se dá, fundamentada pelas estimativas expostas pelo Ministério das Relações Exteriores em 2021, onde é auferido 4.215.800 brasileiros viventes no exterior em 2020, em oposição a apenas 3.590.022 em 2018. No entanto, é preciso pontuar a inconstância da emigração brasileira, prova disso é a variação do decréscimo de aproximadamente 39,2% entre os anos de 2010 e 2012, até o aumento de 17,4% entre os anos de 2018 e 2020. A partir disso, é possível identificar o fito e a motivação que propulsiona a saída do cidadão de seu país.

Análise da emigração enquanto sintoma da situação socioeconômica brasileira. Foto: Bigstock

Isso porque, esses números se aliam ao fato que o maior número de emigrantes são adultos em idade laboral, os quais afirmam estarem em busca, na esmagadora maioria das vezes, de melhores condições de vida, oportunidades de emprego e melhores salários (CASTRO e LIMA, 2018). Destarte, pode-se pontuar os embates econômicos do Brasil como o principal fator de oscilação dos índices de emigração, bem como a promessa de melhores condições de vida e a busca pelo “sonho americano” que foi vendido aos países terceiro mundistas.

Por fim, o êxodo da classe média escolarizada que almeja, por meio desse sonho, qualidade de vida e laboral, finda no que Fernanda Elias de Souza, 2022, chama de “fuga de cérebros”. Que é a perda do aporte intelectual produtivo do país, o que vem a causar déficit nas áreas de pesquisa e inovação. Esse conjunto situacional resulta em expectativas obscuras quanto ao futuro do tão sonhado desenvolvimento brasileiro.”

*Texto Colaborativo escrito pela estudante da Universidade de Pernambuco (UPE), Carolina de Araújo Miranda, para o Projeto Texto Colaborativo com o Migrações em Debate, edição abril de 2023.

Foto da Capa: BBC News

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