Iniciei a comunidade virtual “Migrações em Debate” no final do ano de 2020, primeiramente no Instagram e depois com a fundação deste site, e desde então pude escrever aqui muitas reflexões e artigos sobre as temáticas migratórias que envolvem o Brasil e o mundo. Dessa vez, penso que agora é hora de vocês conhecerem um pouco da minha história e o que me moveu a fundar esta comunidade! Vamos começar com algumas perguntas.

1- Quem sou eu?

Sou Camila Barros, tenho 25 anos. Sou uma pessoa apaixonada pelo poder das palavras. Acredito em um mundo no qual todos nós possamos viver sem precisar fugir.

Camila Barros, editora e fundadora da comunidade virtual Migrações em Debate. Arquivo pessoal.

2- De qual lugar do Brasil eu escrevo para o Migrações em Debate?

No momento, escrevo aqui de Caruaru, Pernambuco, nordeste do Brasil. Mais conhecida como a capital do forró, já ouviu falar?

Caruaru, Pernambuco, Brasil. Fonte: Wikipedia

3- Qual é a minha história?

Eu sou neta de um poeta, então acho que por isso, a construção das palavras sempre teve um lugar especial na minha história. Elas constroem sentido e impactam vidas, por isso, desde muito cedo a busca pela educação é uma constante na minha vida. Essa minha identificação com a comunicação, com o uso da fala e das palavras me fez fundar a comunidade virtual e o site Migrações em Debate.

4- Quando passei a me identificar com a temática das migrações?

Para além do mundo acadêmico, considero o meu primeiro contato com a temática quando era adolescente e li o Diário de Anne Frank. Esse livro tocou o meu coração de tantas maneiras, sendo até hoje uma inspiração para a minha busca em conhecer as dificuldades e a coragem de tantas crianças migrantes e refugiadas pelo mundo. Mas foi na universidade, no curso de Relações Internacionais que de fato eu pude academicamente trilhar um caminho de pesquisa voltado aos estudos migratórios.

5- Algumas experiências que vivi e que gostaria de compartilhar com vocês:

Ainda na universidade tive a oportunidade de representar o Brasil no European Development Days em Bruxelas, um evento que reuniu toda a comunidade mundial engajada em prol do desenvolvimento. Anos depois fui, durante dois anos, Coordenadora de Políticas para Mulheres Jovens e Conselheira Municipal da Juventude na minha cidade. Hoje sou pós- graduanda em Direitos Humanos, Responsabilidade Social e Cidadania Global.

Visitando o Parlamento Europeu durante o European Development Days, em Bruxelas. Arquivo pessoal.

6- Uma aspiração?

Sempre aperfeiçoar os meus conhecimentos na temática e quando houver a oportunidade, contribuir institucionalmente em alguma organização/instituição que trabalhe em prol da emancipação das pessoas migrantes, em especial as crianças.

Enquanto Coordenadora de Políticas para Mulheres Jovens e Conselheira Municipal da Juventude, puder vivenciar momentos especiais ao lado das meninas e mulheres jovens. Arquivo pessoal.

7- Entre tantas temáticas migratórias, qual é a que mais me move?

Com certeza é a situação de invisibilidade vivenciada pelas crianças migrantes. Temos muito o que ainda avançar para garantir que toda e qualquer criança migrante tenha os seus diretos à vida, saúde, educação e família assegurados.

8- Como surgiu o Migrações em Debate?

Penso que a semente foi plantada um ano antes da pandemia, quando vivi uma experiência complexa com migrantes venezuelanos na minha cidade. O quão eles foram incompreendidos e silenciados foi gritante para mim. Então veio a pandemia, e me questionei bastante sobre o que eu estava fazendo, para além da vida profissional, que não contribuísse para a realidade de incompreensão que muitas pessoas migrantes vivenciam. Cheguei à conclusão que a minha parcela de contribuição, seria provocar o debate sobre a temática, da forma que era possível no momento, escrevendo, opinando e sensibilizando a sociedade sobre os motivos que levam uma pessoa a migrar. Usar a minha voz em prol da vida dessas pessoas e por um mundo no qual ninguém precisasse fugir para poder viver plenamente, continua a ser o que me move.

Crianças migrantes desacompanhadas entre fronteiras. Foto: Brazilian Press.

9- Qual é o objetivo do Migrações em Debate?

Penso que o Migrações em Debate tem o intuito de provocar debates e reflexões sobre o contexto migratório no Brasil e no mundo. Tudo começou no Instagram e depois no lançamento do site, hoje são mais de 800 pessoas que acompanham os nossos artigos, mas que também podem ser agentes de mudança no mundo particular e comunitário que vivem. Não é preciso ser uma voz para as pessoas migrantes, eles têm suas próprias vozes. Mas podemos ampliar o volume das suas vozes através daquilo que compartilhamos, para que enfim o mundo os ouça.

10 – Uma frase que me inspira todos os dias:

“Apesar de tudo eu ainda creio na bondade humana.” Anne Frank

Use a sua voz também, vamos junt@s!

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O Migrações em Debate é uma comunidade e espaço de construção de conhecimentos e diálogo sobre as temáticas de migrações e refúgio.

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