Opiniões divergem quanto a este tipo de prática: um acampamento no qual milhares de pessoas que fugiram de conflitos; homens, mulheres, crianças e idosos, passam a residir em conjunto. Apesar da Convenção das Nações Unidas de 1951 não faz qualquer menção a este tipo de realidade, nos últimos anos, uma das respostas mais utilizadas aos fluxos migratórios, são os campos de refugiados. Este tipo de prática pode trazer sérios dados e riscos à saúde e ao bem-estar de milhares de mulheres.
A natureza de um acampamento é separar populações, logo, a desigualdade entre pessoas nacionais e não nacionais pode ser ainda mais amplificada pelo gênero, dentro ou fora dos campos. As mulheres são desproporcionalmente afetadas pela ausência de itens pessoais, acesso a alimentação e água limpa, atendimento adequado e abrigos seguros em campos de refugiados. São muitos os relatos de abusos sexuais e estupros nestes locais. Todos os dias, atividades como tomar um banho ou ir até o banheiro podem ser extremamente perigosas para as mulheres que residem nos campos.
Mulheres grávidas em campos são particularmente vulneráveis a doenças e assim, encontram-se em alto risco com à falta de instalações limpas e higiênicas para um parto seguro. Meninas refugiadas também lidam com dificuldades relacionadas ao seu ciclo menstrual, para além dos estigmas culturais e sociais em torno da mestruação, muitas meninas reutilizam trapos e pedaços de lixo como absorventes, causando assim, doenças e graves infecções. Diante destas violações, é preciso cobrar das autoridades a proteção e a segurança de meninas e mulheres refugiadas de abusos sexuais e violências; e defender o acesso seguro e justo à saúde feminina em campos de refugiados.
A contínua insegurança destes locais é um constantemente lembrete da violência que estas mulheres procuraram escapar na sua história de fuga e pode significar que as sobreviventes de violência de gênero não sejam identificadas e protegidas como precisam. As pessoas em situação de migração forçada já vivenciam muitas barreiras de saúde, segurança e acesso às necessidades básicas. Ser mulher não deveria significar que estas vulnerabilidades sejam constantemente amplificadas.
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Foto da capa: Middle East Monitor
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